Biossegurança na Estética

Autor: Dr.ª Ana Carolina Teixeira.
Categoria: Saúde Estética

Biossegurança pode ser definida como o conjunto de ações voltadas para a prevenção e proteção do trabalhador, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando a saúde do homem, dos animais, a prevenção do meio ambiente e a qualidade dos resultados (teixeira & valle, 1996).

Conhecimento técnico, atendimento personalizado, produtos de qualidade, são alguns dos atributos que fazem um profissional de estética se destacar no mercado. Mas, além deles, há uma outra importante questão que deve ser priorizada: os cuidados básicos de higiene, manipulação e conservação de produtos, materiais e equipamentos existentes no espaço de trabalho.

Em qualquer ambiente estamos constantemente em contato com poeira e sujeiras em geral, provenientes do ar, solo e do próprio homem. Juntamente com elas estão vários micro-organismos, como fungos, bactérias, vírus, etc. Estes micro-organismos, dependendo do lugar onde se encontram, podem ser benéficos ou não. Por exemplo, na nossa pele existem vários micro-organismos de defesa, os quais, se retirados, podem ser prejudiciais, pois diminuem o sistema de defesa da pele. Porém, se estes mesmos elementos entrarem em contato com um cosmético, a água, os extratos e matérias-primas existentes em sua composição podem servir de fonte de crescimento para sua proliferação.

O mesmo acontece com os micro-organismos que vivem no ambiente. Quando o produto fica muito exposto, aberto por muito tempo, os micro-organismos entram em contato com o cosmético proliferando-se da mesma maneira como ocorre na pele humana. Com isso, uma pessoa que entra em contato com o cosmético contaminado pode apresentar diferentes reações alérgicas. E, dependendo do local onde o produto é aplicado, podem ocorrer consequências mais graves, por exemplo, em áreas mais sensíveis como os olhos e mucosas. Além da reação da pessoa, o próprio cosmético pode sofrer alterações de acordo com a bactéria ou fungo que o contaminou. As alterações podem variar desde mudança de cor e cheiro do produto, até alterações em sua viscosidade e eficiência.

Isso não quer dizer, entretanto, que um cosmético dever ser isento de micro-organismos. De acordo com a resolução da Anvisa, os cosméticos podem ter determinado limite de bactérias e fungos, porém, devem ter ausência de micro-organismos patogênicos.

Por todos esses motivos deve-se evitar entrar em contato direto com o produto do frasco. O ideal é usar materiais devidamente limpos e assépticos ou descartáveis para retirar o produto da sua embalagem.

Um cosmético não precisa ser isento de contaminantes, por esse motivo não é preciso fazer esterilização de materiais e de ambientes. É necessário sim que o ambiente esteja o mais limpo e asséptico possível para diminuir a carga microbiana, mas não isento de micro-organismos. Para isso pode-se usar álcool 70% para assepsia de materiais ou da pele. Porém, este tem a desvantagem de ressecar a pele, tendo como alternativa o álcool 70% glicerinado que ajuda na umectação da pele. Outro excelente antisséptico é a clorhexidina, muito eficaz contra fungos e bactérias.

É possível encontrar esse princípio ativo em cosméticos especialmente desenvolvidos para a higienização da pele do cliente e do próprio profissional de estética. Além da função antisséptica, esses produtos também possuem substâncias hidratantes que auxiliam nos tratamentos estéticos e podem ser aplicados diretamente na pele, sem uso de algodão, gaze ou papel toalha.

Já nos materiais e bancada de trabalho é necessário utilizar um papel toalha ou uma gaze de algodão. É muito importante a assepsia do cliente após fazer a limpeza e antes de iniciar o tratamento para melhorar a penetração de ativos.

EPI’S – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

São materiais de uso individual e muitos são descartáveis, não devendo ser utilizados mais de uma vez, mesmo que seja o mesmo cliente a tratar.

LUVAS – devem ser utilizadas em todos os procedimentos e ser descartadas ao final de cada um deles. Não dispensa a lavagem (higienização) das mãos e devem ser calçadas de maneira a sobrepor os punhos do jaleco e, uma vez colocadas, não se deve tocar em outros objetos.

TOUCA – o emprego da touca pelo profissional previne contaminação cruzada do profissional para o cliente por micro-organismos que possam estar presentes no cabelo, sendo assim uma possível fonte de contaminação. Também é uma forma de proteção para o profissional contra uma possível contaminação dos cabelos por secreções que possam ocorrer conforme o procedimento estético a ser realizado. Protege o cliente também dos cosméticos utilizados, principalmente quando este tiver cabelos longos.

JALECO – o mais adequado é o de cor branca, mangas longas e punhos. Existem aventais descartáveis para profissionais, porém não muito utilizados. Os jalecos de tecidos devem ser trocados diariamente e somente utilizados nos espaços de atendimento (sala, cabine, consultório …).

ÓCULOS – protegem os olhos dos profissionais, principalmente no momento de extração quando não se utiliza a lupa. Os olhos são áreas de fácil contaminação.

MÁSCARA – protetor da boca e nariz do profissional, áreas de mucosas que também podem contaminar-se facilmente, deve ser descartável e/ou trocada a cada período.

CALÇADO FECHADO – durante a manipulação dos instrumentos e utensílios nos tratamentos estéticos, há grande risco de derrubá-los, se contaminados podem ser prejudiciais.

Importante ressaltar também que os lençóis que recobrem a maca e o cliente devem estar sempre limpos e impecáveis, assim como todo o ambiente de atendimento, demonstrando o quanto o profissional se importa com a saúde e higiene.

Outro ponto importante é com relação aos produtos. A melhor forma de armazená-los é na sua embalagem original. Deve-se evitar a troca da mesma devido ao risco de contaminação, mesmo que seja do mesmo tipo de produto, não é aconselhado passar de uma para outra. Os produtos devem ser bem fechados após o uso para evitar contaminação por micro-organismos provenientes do ambiente. Além disso, dependendo do produto, se permanecer muito tempo aberto em contato com o ar pode oxidar, ficar com cheiro rançoso e ter sua cor alterada. Geralmente o cosmético oxidado vai ficando amarelado com o tempo.

Após o uso, as tampas, bem como a boca do frasco, devem ser devidamente limpas e de preferência feita assepsia com produtos à base de clorhexidina ou outro similar existente no local de trabalho. Para retirar os cosméticos dos potes deve-se utilizar espátulas, de preferência descartáveis, mas se não for possível, usar espátulas limpas e assépticas. Nunca retirar do frasco diretamente com as mãos, nem que seja para remover apenas o que está na tampa, pois conforme exposto anteriormente, a nossa flora cutânea possui bactérias que, ao entrarem em contato com o produto, podem vir a contaminar o mesmo.

A aparência do frasco também é muito importante. Embalagens sujas externamente pelo próprio produto ou qualquer outra substância, podem não oferecer risco de contaminação do conteúdo, mas deixam um péssimo aspecto. Por isso é muito importante mantê-los limpos e, com isso, contribuir com a boa imagem do ambiente.

CRITÉRIOS DE BIOSSEGURANÇA QUE DEVEM SER SEGUIDOS NA ÁREA DE ESTÉTICA

Os materiais devem estar muito bem limpos e assépticos. Tomar cuidado com o produto que você está utilizando no seu cliente, se este é realmente indicado para a pele dele. A manutenção preventiva e corretiva dos aparelhos, macas e demais equipamentos do local de trabalho é de suma importância para a segurança do profissional e do cliente. O uso dos EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) adequados também é importante para a proteção do produto, para evitar a contaminação do mesmo, do cliente e do próprio profissional.

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