Se a ideia de aplicar um ácido no seu rosto lhe dá insegurança, saiba o seguinte: os ácidos para a pele são ativos versáteis e um dos mais utilizados pelos dermatos no manual da cútis lisinha. Eles têm o poder de renovar, tratar manchas e rugas, além de proporcionar hidratação intensa e/ou um brilho saudável, quase instantaneamente. Ao remover as células mortas da superfície derme, os ácidos também abrem caminho para que outros ingredientes façam seu trabalho. Ou seja, em sua essência, eles ajudam outros produtos a terem um melhor desempenho. Aqui, um guia sobre alfa hidroxiácidos (AHAs), beta hidroxiácidos (BHAs), polihidroxiácidos (PHAs) e ácido hialurônico (HA).
Com que frequência usar AHAs, BHAs e PHAs?
Independentemente de qual ácido – ou ácidos – você decidir aplicar, é melhor introduzí-los gradualmente em sua rotina, começando uma ou duas vezes por semana. Tudo porque eles (menos o ácido hialurônico) removem a camada superior da pele, consequentemente, ela pode ficar mais sensível aos raios UV. E SEMPRE passe protetor solar durante o dia!
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A maioria dos alfa hidroxiácidos, naturalmente derivados de fontes como frutas, é muito mais suave – ótimos para peles sensíveis, por sinal. “Esfoliantes lixam a superfície da pele, enquanto os ácidos quebram os vínculos que mantêm as células mortas no lugar sem causar irritação”, diz o dermatologista americano Dennis Gross. Eles também têm um bônus adicional quando usados regularmente: “Ao aumentar o volume de células, você vai incentivar a criação de colágeno novo. Então verá um efeito de firmeza ao longo do tempo”, explica Dennis.
O ácido glicólico tem o menor tamanho de molécula de todos os AHAs e garante o melhor retorno para sua pele e, financeiramente falando, para o seu bolso. Como ele pode penetrar profundamente é excelente no combate aos danos causados pelo sol, dispersando o pigmento no nível basal profundo da derme, onde as manchas solares e o melasma surgem. Os AHAs mais leves com moléculas maiores, como o ácido láctico e o ácido málico, são indicados para tipos super-sensíveis, e frequentemente usados para arredondar as formulações glicólicas mais fracas. “Usar múltiplos ácidos juntos em baixas concentrações será muito menos irritante do que usar uma porcentagem maior de ácido glicólico sozinho, por exemplo”, explica o dermatologista.
Há apenas um beta-hidroxiácido: o ácido salicílico. Ele é um antiinflamatório ótimo para tratar espinhas, e pode ser usado sozinho ou combinado com AHAs. “O BHA é lipofílico, por isso é atraído por óleos”, explica o dermatologista nova-iorquino Robert Anolik. “Isso significa que ele não só esfolia a camada superior, mas também atinge as glândulas sebáceas limpando as impuras que causam cravos e acne. Também ajuda a diminuir as marcas rosadas antigas”, completa ele.
“Poli-hidroxiácidos têm moléculas maiores do que os AHAs, por isso trabalham apenas na camada mais superficial da pele”, diz Roberto. “Eles são tão ‘gentis’, por isso podem ser usados até mesmo por pessoas com rosácea ou eczema”. Além de minimizar o risco daquele aspecto avermelhado, os PHAs também são hidratantes, o que os torna uma grande aposta para qualquer pessoa com pele seca. Nos rótulos dos ingredientes, “procure gliconolactona e ácido lactobiônico”, recomenda o dermatologista Joshua Zeichner.
Ao contrário dos outros, o ácido hialurônico não retira as células mortas da pele. Em vez disso, o HA “é um açúcar que possui propriedades hidratantes e iluminadoras”, diz Joshua. Sua famosa capacidade de armazenar 1.000 vezes seu peso em água, atrair H2O para a pele e mantê-lo ali como um imã, é o que o torna um ingrediente popular – praticamente necessário – em soros e hidratantes. Ah, e suas propriedades suavizantes torna-o ótimo para usar depois de um ácido esfoliante.