Os efeitos da exposição solar

Autor: Drª Ivana Lins.
Categoria: Beleza

Em nossa cultura a pele bronzeada é considerada um padrão estético de beleza, bem estar e saúde. No Brasil é comum a prática de se bronzear, e para isso, diversos métodos são lançados, seja através do uso de fitas adesivas para deixar as famosas “marquinhas” ou até mesmo cosméticos que garantem resultados mais rápidos e duradouros.

O que poucas pessoas conhecem, são os efeitos e os riscos que essa prática pode causar para a saúde. Por esta razão, é muito importante entender sobre esse assunto antes de ficar horas ao sol buscando o bronzeado perfeito.

A radiação solar e o processo de bronzeamento da pele

A luz solar é composta de ondas eletromagnéticas com diferentes níveis de energia, que ao alcançarem a pele irão penetrá-la de maneiras diferentes de acordo com o seu comprimento de onda. A radiação de ondas curtas UVB possui menor penetração na pele, sendo mais absorvida na epiderme e afetando predominantemente os queratinócitos. Essa radiação provoca o eritema solar e estimula a produção de vitamina D, enquanto ondas mais longas UVA, penetram de modo mais profundo e atingem queratinócitos da epiderme e fibroblastos da derme, sendo responsável a médio e longo prazo pelo fotoenvelhecimento.

De acordo com fatores genéticos, cada pessoa possui uma quantidade de pigmento (melanina) que define a cor da pele, sendo classificada de acordo com a escala de Fitzpatrick variando de fototipo I (pele mais clara) até fototipo VI (pele mais escura). A melanina além de proporcionar cor à pele também possui um importante papel de proteção solar, visto que quanto maior é o fototipo de uma pessoa menor é a sua sensibilidade ao sol.

Durante a exposição solar sem fotoproteção, os raios ultravioleta estão sendo absorvidos pela nossa pele, se esta exposição é prolongada a ponto de causar aquele tom vermelho e ardido, significa que houve uma agressão excessiva a epiderme. Desta forma, com o intuito de se defender e conferir proteção ao DNA celular, o nosso corpo aumenta a produção de seu fotoprotetor natural, a melanina, esta migra para as camadas mais superficiais da pele, posicionando-se sobre os núcleos dos queratinócitos e impedindo que a radiação solar chegue ainda mais profundamente. Consequentemente, escurecendo a pele e revelando o bronzeado!

Os benefícios do sol e os danos da exposição inadequada

Para aqueles que tem por costume se expor ao sol frequentemente e por longos períodos, sempre buscando conseguir um bronzeado bonito e duradouro, atentar-se aos malefícios que esta prática pode causar para a estética e principalmente para a saúde pode prevenir diversos problemas no futuro.

A exposição solar em demasia pode promover diversos efeitos negativos a longo e médio prazo, a indução ao câncer de pele é considerada a mais importante atualmente, especialmente o melanoma, por ser mais agressivo e com a possibilidade de metástase, além de outros tipos, como o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. O risco individual de câncer de pele também está fortemente relacionado aos diferentes fototipos, sendo o risco maior entre as pessoas que queimam facilmente e pouco se bronzeiam.

Além destes, podemos citar outros danos que o sol pode provocar, como o agravamento de doenças de pele como a rosácea e o surgimento de fotodermatoses como por exemplo a urticária solar. Não podemos esquecer que a radiação UV também propicia a formação dos radicais livres e eleva o número de lesões oxidativas, que alteram o metabolismo e são responsáveis pelo fotoenvelhecimento, levando a degeneração das fibras colágenas e o aparecimento de rugas e manchas na pele.

Desde que se tem conhecimento que a radiação ultravioleta era a principal causa ambiental do câncer de pele, diversos programas de prevenção foram iniciados recomendando a redução da exposição solar.  No entanto, surge uma questão a ser discutida, o afastamento do sol pode apresentar efeito sobre nossa saúde geral?

Pesquisas atuais mostram que um número crescente de pessoas sofrem de deficiência de vitamina D, além de sérios problemas de saúde causados pela exposição insuficiente ao sol.

Durante a última década, novas associações favoráveis ao sol foram descobertas, há crescentes evidências de que a exposição solar regular contribui para a prevenção do câncer de cólon, mama, próstata, linfoma não-Hodking, esclerose múltipla, hipertensão e diabetes, incialmente correlacionadas a vitamina D.

Além destes, existem vários outros benefícios que a exposição ao sol pode nos proporcionar, como a modulação da nossa imunidade, a mobilização do óxido nítrico, otimizando a nossa circulação, a estimulação da melatonina, hormônio que regula nosso ciclo circadiano, ou seja, nossas funções enquanto estamos acordados e dormindo, e a produção da serotonina, hormônio responsável pela sensação de bem estar e prazer.

Assim, fica a questão a ser discutida, se a radiação solar pode provocar tantos malefícios para nossa pele, mas por outro lado ser essencial para a manutenção da saúde, como podemos conseguir a quantidade ideal de vitamina D para o nosso corpo sem correr riscos?

Equilibrando os riscos e buscando alternativas seguras

A maior fonte de vitamina D está em nossa pele, sendo produzida por uma reação mediada pelos raios UVB, cuja maior incidência está entre as 10 e 14 horas. A quantidade de exposição solar necessária para produzir vitamina D varia de acordo com o horário de exposição e com o fototipo de cada indivíduo. Pessoas brancas (fototipo II) por exemplo, podem obter suas necessidades de vitamina D gastando cerca de 15 minutos no sol, com rosto, braços e pernas expostos, de duas a três vezes na semana, entre as 11 e 15 horas. Pessoas com a pele mais escura exigem um tempo maior, mas também apresentam menos riscos de desenvolver câncer de pele não-melanoma, em relação as pessoas de pele mais clara.

Lembrando que para haja a síntese de vitamina D de forma efetiva, não é indicado o uso de filtro solar, por isso, o cuidado para se evitar as queimaduras solares deve ser dobrado, já que estão associadas a um aumento substancial do risco de câncer de pele. Desta forma, após este período de exposição a fotoproteção é fundamental.

Para isso, é indispensável o uso de um bom filtro solar com alta proteção UVA e UVB, que apresente boas propriedade como resistência à agua e a transpiração, boa penetração e fixação na epiderme, tornando-se uma ferramenta segura e eficaz para a prevenção contra o câncer de pele e o danos causados pelo fotoenvelhecimento.

A exposição solar de forma prudente continua sendo a melhor opção

A exposição ao sol é benéfica com moderação, mas pode ser prejudicial em excesso, visto que mesmo diante dos avanços da área cosmética, a melhor forma de combater o fotoenvelhecimento é a prevenção.  A presença de rugas e manchas na pele está intimamente relacionada às horas de exposição solar demasiada durante a vida.

No entanto, a exposição insuficiente ao sol tornou-se um grande problema de saúde pública, exigindo uma mudança imediata no atual aconselhamento contra o sol. O grau de mudança necessário é pequeno, mas extremamente importante. A população deve ser aconselhada a obter exposição solar suficiente e suplementação de vitamina D para manter um nível sérico de 25 (OH) D de pelo menos 30 ng/mL.

A orientação para se expor ao sol deve ser adaptada para cada pessoa, pois fatores individuais, como fototipo, histórico de câncer de pele e condições médicas concomitantes devem influenciar as práticas de aconselhamento.

O bronzeamento é obtido principalmente pela superexposição da pele à radiação ultravioleta, consequentemente levando a futuros prejuízos para a pele. Uma dica para quem não abre mão de ter a pele bronzeada, são os produtos de bronzeamento sem sol, podendo servir como uma alternativa segura e eficaz. Porém, para aqueles que adoram o sol, e não abrem mão do bronzeado natural, o uso de protetor solar de preferência com ampla cobertura contra radiação UVA e UVB, são essenciais, lembrando que a exposição prudente ao sol sempre será a melhor escolha, sendo primordial para a manutenção da saúde.

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